50 óbitos confirmados: Motoristas e cobradores de Curitiba e região com medo de morrer por conta da pandemia

Ônibus lotados e transportando o vírus da doença. 50 óbitos confirmados pelo Sindimoc (Divulgação)

Da Redação

O número de motoristas e cobradores que atuam, em milhares de linhas da Região Metropolitana de Curitiba, incluindo Fazenda Rio Grande, que morreram em decorrência da Covid-19, vem crescendo assustadoramente. Em março, eram 21 óbitos e, de acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, este número estava em 50, nesta quinta-feira, sendo um morador de Fazenda Rio Grande. As informações foram repassadas por Anderson Teixeira, presidente da entidade sindical, durante entrevista ao programa Café com o Bala, desta quinta-feira, 22.

De acordo com Anderson, os funcionários do transporte coletivo, apesar do uso de máscaras e álcool e gel, afirmam que trabalham com medo, pois os ônibus que dirigem, são usados por grande número de passageiros, que precisa chegar ao trabalho. “Infelizmente esta é a dura realidade, pois motoristas e cobradores precisam trabalhar para sustentar a família e a casa. Então, precisam do trabalho e enfrentar ônibus lotados”, disse na entrevista ao Pedro Bala. Ele defende a imunização dos profissionais o mais rápido possível. “Ônibus lotados todos os dias e, no interior dos veículos, o vírus circula livremente, apesar dos usuários estarem com máscaras. Isso faz com que a doença cresça. Como os motoristas e cobradores vivem nestes veículos lotados, ficam vulneráveis”, destaca Anderson, que acentua que o Sindicato dos Motoristas e Cobradores tem aproximadamente 8 mil associados, que estão todos os dias em meio a pessoas com vírus. São 29 empresas ligadas ao Sindicato.

Anderson destaca, que desde que a pandemia surgiu, comércios, empresas, escritórios fecharam, menos o transporte de passageiros, que permaneceu circulando. “No abre e fecha, por decretos, os ônibus continuaram circulando. No mínimo, as linhas foram reduzidas a horários de domingos e feriados, mas nunca parou. Então, nossos associados tiveram que ir para a linha de frente transportar trabalhadores, que, claro, precisam do ônibus para chegar aos seus locais de trabalho. Que nossos associados sejam considerados como prioritários e sejam imunizados o mais breve possível. Isso acontecendo, vai amenizar os problemas no interior dos ônibus”, finaliza Anderson Teixeira, a frente do Sindicato, desde 2010.