Amores de mil forças: mães que lutam por seus filhos se unem por essa causa

A luta das mães atípicas vem ganhando força com o passar dos anos. Com novas leis sendo criadas e o apoio mútuo entre elas, essas mulheres têm garantido uma vida mais leve, apesar das dificuldades.
Esse é o caso de Viviane Pedron Cardoso, mãe de Brayan Cardoso Vieira, de 10 anos. O menino é diagnosticado com Síndrome de Down, além de já ter utilizado uma bolsa de colostomia e passado por mais de 17 cirurgias.
Viviane compartilha as inúmeras dificuldades que enfrenta ao lado do filho. Brayan nasceu sem intestino grosso e possui outros problemas intestinais, o que exige uma alimentação rigorosa e cuidados constantes. Ela precisa estar sempre disponível para ajudá-lo, tanto em casa quanto na escola. No início, Viviane evitava sair com o filho, sentia-se envergonhada pelos olhares e julgamentos — inclusive de alguns profissionais da saúde. O preconceito gerava comentários ofensivos que a faziam duvidar de sua capacidade como mãe.
Mas Viviane não se deixou abater. Seguiu firme, lutando pelos direitos do filho e também pelos seus.
Ao conhecer Linda Franco, Viviane percebeu que não estava sozinha. Além de ganhar forças para seguir lutando, passou a se enxergar também como mulher, além da função materna. Linda a convidou para participar do projeto Reencantando Vidas, realizado em parceria com o Coletivo Inclusão. O projeto promove encontros entre mães atípicas com cafés, almoços e momentos de autocuidado, como atenção aos cabelos, unhas e outras ações que ajudam na autoestima.
Linda conta que sua atuação com mães atípicas começou há mais de dez anos, quando seu filho Gabriel, hoje falecido, foi diagnosticado com uma doença rara. Em meio ao luto devastador, ela encontrou forças para ajudar outras mães a não desistirem.
Durante entrevista ao jornal O Repórter, Viviane, ao lado de Linda, compartilhou momentos que lhe deram forças para continuar. Um deles foi especialmente marcante:
“Ele veio até mim, que estava em uma maca, muito mal de saúde, e me abraçou. Ele não tinha o costume de fazer isso. Para mim, foi mágico”, relatou emocionada.
Elas também recordam como o início no Reencantando Vidas foi transformador. No grupo, não havia julgamentos — apenas acolhimento, escuta e apoio entre mães que compreendem as mesmas dores. Além do suporte emocional e psicológico, o projeto oferece doações e cursos direcionados às mães, ampliando seus conhecimentos e oportunidades de renda.
Outra história inspiradora é a de Milca Daniele, que descobriu que seu filho Vitor é uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e TDPC (Transtorno Desafiador de Oposição).
Em entrevista ao O Repórter, Milca explicou cada diagnóstico e contou como a fé foi seu grande alicerce. Ela precisou de paciência e persistência para garantir o tratamento adequado ao filho, que hoje, além das terapias, também faz aulas de natação. Milca afirma que percebe mudanças significativas no filho, principalmente em seu bem-estar, e sente que sua batalha, como a de tantas outras mães, vem sendo recompensada com a alegria e saúde dos filhos — e a conquista de seus direitos.