Beto Richa: STF manda processos das operações Integração e Rádio Patrulha para a Justiça Eleitoral

Ex-governador Beto Richa do Estado do Paraná (Ilustração)

G1 Paraná

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, votou para mandar os processos das operações Integração e Rádio Patrulha para a Justiça Eleitoral. No voto, ele afirmou que "há diversos elementos de prova que apontam para a existência de indícios de crimes de caixa dois desde o início das investigações, de modo que se trata de mais um caso de manipulação indevida das regras de competência". O ministro Edson Fachin votaria em seguida, mas se declarou suspeito. Na quinta-feira (19), o ministro Ricardo Lewandowski acompanhou o relator e, com isso, formou-se a maioria de dois votos a zero, mesmo sem o voto do ministro Kássio Nunes, que tem até o fim desta sexta para se manifestar.

Operação Integração

A Operação Integração foi conduzida pela força-tarefa da Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba. As investigações apuram um esquema de corrupção nos contratos de pedágio envolvendo agentes públicos e concessionárias, entre 1999 e 2018. São dez ações penais tramitando na 23ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. O ex-governador Beto Richa é réu em dois processos, nos quais éacusado de crimes de corrupção e organização criminosa. O irmão dele, que é ex-secretário estadual, também é réu.

Rádio Patrulha

A Operação Rádio Patrulha apura um suposto esquema de propina nas licitações do programa Patrulha do Campo, do Governo do Paraná, criado para recuperação de estradas rurais. O processo da investigação tramita na 13ª Vara Criminal de Curitiba. Beto Richa, que chegou a ser preso na operação, responde por corrupção e fraude a licitação.

O que dizem os citados

A defesa do ex-governador Beto Richa afirmou que a decisão confirma que ele está sendo injustamente perseguido e que o político sempre negou qualquer envolvimento em fatos ilícitos. A defesa disse também que dará outras informações após o voto do ministro Kássio Nunes. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirma que ao longo de toda a investigação não surgiu qualquer indicativo de propina paga a agentes públicos usada em campanha eleitoral e que não imputou qualquer prática de crime eleitoral nas denúncias da Rádio Patrulha. Os promotores do MP-PR afirmam também que confiam na Justiça. O Ministério Público Federal preferiu não se manifestar.