Com novos grupos e diálogo, Paraná deve acelerar imunização contra Covid-19

AEN PR

Saúde do Paraná planeja aceleração da vacina (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o Paraná recebeu 5.295.190 vacinas encaminhadas pelo Ministério da Saúde. Ao mesmo tempo em que recebeu mais doses que Santa Catarina (3,22 milhões), recebeu menos que o Rio Grande do Sul (6,36 milhões). Mas, se a população do Paraná é a maior dos três estados, por que não é o que mais recebeu? A explicação está na divisão da população entre os grupos prioritários estabelecidos nos planos de vacinação de cada estado. Como a imunização se dá em etapas, recebe mais doses o estado que possui mais pessoas no público-alvo daquele momento. Esse assunto veio à tona novamente com a 22ª remessa do Ministério da Saúde, em que finalmente o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul em quantidade absoluta. “Desde o início do processo de vacinação, cada estado recebe um informe técnico do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde repassando as quantidades e os percentuais para cada grupo prioritário elencado no plano. No Paraná não é diferente: cada pauta mostra a quantidade de doses encaminhadas, qual seu laboratório de origem, para qual grupo prioritário são destinadas e qual o percentual que vamos atingir em cada grupo”, explica a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.

Por terem população semelhante, a comparação entre Paraná e Rio Grande do Sul ajuda a compreender essa divisão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Paraná em 2020 era estimada em 11.516.840 pessoas, muito próxima dos 11.422.973 do Rio Grande do Sul.

No entanto, quando se olha para a estimativa das populações de idosos de cada estado, o Rio Grande do Sul tem 361 mil a mais que o Paraná: são 2.143.706 gaúchos e 1.782.256 paranaenses. A situação se repete entre os trabalhadores da saúde: são 407.697 no Rio Grande do Sul e 303.026 no Paraná. Assim, como tanto os idosos quanto os profissionais da saúde foram os primeiros grupos a serem contemplados pela vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o Rio Grande do Sul recebeu do Ministério da Saúde mais doses que o Paraná em números absolutos e no percentual da população total. Consequentemente, o número total de doses aplicadas também é maior: 4.666.383 no Rio Grande do Sul contra 3.729.875 no Paraná.

A balança volta a se equilibrar nos grupos prioritários que são maiores no Paraná e com a vacinação da população em geral, já iniciada em alguns municípios. Em relação ao primeiro tópico, é o caso das comorbidades, etapa em que o estado tem uma estimativa de 43.658 pessoas a mais que os gaúchos. “Se a quantidade de doses recebidas é maior que em relação a outros estados, é porque nossa estimativa para esses grupos prioritários no momento atual de vacinação é maior do que a de outras unidades da federação”, acrescenta Goretti. Por isso, o Paraná recebe mais doses que o Rio Grande do Sul pela primeira vez apenas na 22ª remessa de imunizantes, que em sua maioria são destinadas à primeira dose de pessoas com comorbidades. No total, 397.690 foram enviadas ao Paraná e 395.110 ao Rio Grande do Sul.

Sobre a segunda perspectiva, o Paraná seguirá orientação do Ministério da Saúde de imunizar a população geral de 18 a 59 anos em paralelo com o calendário dos grupos prioritários. Para fechar a comparação entre os estados do Sul, ambos têm população superior às 7.252.502 pessoas de Santa Catarina. O estado vizinho tem menos idosos (1.191.011), menos pessoas com comorbidades (636.478) e menos trabalhadores de saúde (166.407). Em números absolutos, portanto, recebe menos doses: foram 230.810 vacinas nesta 22ª remessa. No total, Santa Catarina aplicou 1.129.769 doses.