Deputados solicitam inclusão do tratamento de lipedema nos planos de saúde e no sus
Os deputados estaduais Maria Victoria (PP), Cantora Mara Lima (Rep), Márcia Huçulak (PSD) e Tercilio Turini (MDB) solicitaram à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC) e ao Ministério da Saúde a criação de um protocolo clínico para incluir o tratamento do lipedema nos planos de saúde e no SUS. A solicitação foi encaminhada nesta segunda-feira (8), buscando a criação de um Protocolo Clínico e de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento do lipedema.
A proposta surgiu após a aprovação do projeto de lei (266/2024), que instituiu o Junho Roxo, mês de conscientização e prevenção do lipedema, sancionado em 2 de julho pelo governador Ratinho Júnior. Atualmente, o tratamento da doença está disponível apenas em clínicas e hospitais particulares, apesar de ser reconhecida há mais de 80 anos e padronizada como uma doença não estética apenas em 2022.
Tratamento e diagnóstico
A deputada Maria Victoria ressaltou a importância de tornar o tratamento acessível, destacando que a criação de um protocolo clínico pela CONITEC é essencial. Márcia Huçulak enfatizou que diretrizes baseadas em evidências científicas garantirão qualidade e segurança para os pacientes. Ela também destacou a necessidade de prevenção, recomendando controle de peso, alimentação saudável e exercícios físicos regulares.
A presidente da Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná, deputada Cantora Mara Lima, que sofre com a doença, explicou a importância de um protocolo para diagnóstico e tratamento no SUS. Ela alertou que o lipedema causa desconforto, dor e pode prejudicar a mobilidade e a qualidade de vida se não tratado.
O deputado Tercilio Turini reforçou a importância do SUS e da inclusão do tratamento do lipedema no sistema público e nos planos de saúde particulares, destacando que a doença afeta mais de 10% das mulheres brasileiras, que precisam de assistência médica, exames e medicamentos.
Compreensão e tratamento
Estudos indicam que o lipedema afeta cerca de 12% das mulheres brasileiras, mas é uma doença mal compreendida e subdiagnosticada. A médica Débora Froehner destacou que a lipedema é frequentemente confundida com obesidade, atrasando o diagnóstico e causando sofrimento físico e emocional. Ela explicou que a doença causa aumento de gordura, nódulos fibróticos, aumento de sensibilidade e alterações articulares, e não responde a dieta e exercício físico.
Embora não tenha cura, a lipedema pode ser tratada com alimentação, suplementação, medicamentos, fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgias plásticas e vasculares.