Do planejamento às finanças, paralisação do Paranaense preocupa os clubes
A suspensão dos jogos do Campeonato Paranaense provocou preocupação no planejamento e no futuro dos clubes, principalmente àqueles que não têm calendário após o estadual. Esse é o caso de Azuriz, Cascavel CR, Maringá e Toledo. As demais equipes possuem competições no segundo semestre, mas esperam que não haja um período maior sem partidas. Após a recomendação de suspender os jogos pelo Ministério Público, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) decretou a paralisação da competição na segunda-feira e pretende dialogar com o MP-PR para dar continuidade. A rodada inicial teve dois jogos disputados, a segunda rodada foi suspensa, e a terceira rodada ainda está indefinida.
Para o presidente do Cascavel CR, Tony Almeida, a medida é compreensível - ele mesmo passou 20 dias intubado por conta do coronavírus. O dirigente, por outro lado, pondera que atrapalha o planejamento do clube por conta dos contratos firmados, que se encerram em maio e teriam que ser renovados caso estendesse às datas previstas. Isso acarretaria em gastos maiores com testes de Covid-19, viagens e salários. O impacto é grande, é complicado. O bom é que tivesse o jogo, mas a gente entende que é perigoso. Ainda não pensamos nessa possibilidade (aumentar as datas do estadual). Mas, se isso acontecer, vamos ter que achar um caminho. João Vítor Mazzer, presidente do Maringá, corrobora com o dirigente da Serpente sobre as questões contratuais. Ele alegou que, se o campeonato se alongar, isso vai ter um efeito no custo anual. “Já começamos a nos preocupar com a forma com que esses jogos serão remarcados. A expectativa é que isso não aconteça em outras rodadas e que a FPF possa explicar ao MP que é um ambiente seguro”.
Outro clube que tem somente o Paranaense no calendário é o Toledo. O caçula, do campeonato, o Azuriz, se preocupa com a extensão dos contratos dos jogadores além da data prevista. Sem calendário para o ano, o time tem pelo aumento dos gastos. “Tem risco de aumentar as despesas se precisar alongar o contrato de jogadores. Não sei como a federação vai encaixar pelo calendário estar apertado, mas com certeza impacta. Para os clubes pequenos isso está totalmente fora do orçamento” comenta o presidente do Azuriz, Pedro Weber.
As oito equipes restantes possuem competições definidas para o segundo semestre: Athletico (Copa do Brasil, Sul-Americana e Série A), Cianorte (Série D), Coritiba (Copa do Brasil e Série B), FC Cascavel (Copa do Brasil e Série D), Londrina (Série B), Operário-PR (Copa do Brasil e Série B), Paraná (Copa do Brasil e Série C) e Rio Branco (Série D).