Na última semana, o empresário Leovaldo Trancoso Koglin Júnior, de 38 anos, foi preso após a Polícia encontrar, em sua posse, cinco aparelhos celulares roubados, que eram colocados à venda. A operação foi realizada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) – unidade de elite da Polícia Civil do Paraná. Porém, a justiça determinou a soltura do receptador após um dia de prisão, sob fiança de R$ 2 mil reais.
A decisão tem chocado à população, porém, ainda não foi explicada pela justiça.
O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná, André Gutierrez, comenta que acha a situação lamentável, tendo em vista o trabalho que o COPE teve para conseguir prender o receptador. “Essa audiência de custódia simplesmente joga no lixo o serviço que a polícia judiciária vem fazendo, e o prejuízo é da população, que vai ter o receptador que incentiva o ladrão a roubar para manter a fonte de renda dele. Isso é um absurdo, tem que ser revisto, se foi preso tem que ficar preso”, afirma.
Ele ainda lembra que o valor pago pela fiança é inferior ao dos celulares roubados que o empresário vendia em sua loja, os cinco celulares eram nos modelos Iphone 6 e 7, que custam em torno de R$ 4 mil reais e que ele vendia por aproximadamente metade do preço.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) não comenta decisão judicial. Lamenta, no entanto, que a justiça permita que uma pessoa suspeita de receptar celulares roubados seja libertada mediante pagamento de fiança no auge desta atividade criminosa, que coloca em risco a vida de milhares de pessoas. Lamenta ainda pelos policiais civis e militares que trabalham arduamente para prender criminosos que são soltos dias depois.
O caso
Koglin Júnior é proprietário de uma loja de eletrônicos localizada no bairro Cajuru, em Curitiba. A polícia suspeita que ele fazia a revenda dos aparelhos celulares roubados, em sua loja e também em sites de compra na internet.
“Na casa deste empresário foram encontrados os aparelhos celulares que foram identificados através do IMEI, que é um número de identificação que todo celular tem”, explica o delegado Marcelo Magalhães, do COPE. “Além disso, encontramos munições de calibre restrito e permitido”, completou.
Segundo investigação conduzida pelo delegado, os aparelhos foram roubados em lojas de eletrônicos de dois shoppings de Curitiba, Crystal e Mueller. Os roubos foram realizados no início do mês de abril. O primeiro foi na noite do dia 1º, no Mueller, quando três homens armados invadiram o estabelecimento, levando diversos aparelhos celulares.
Já o outro caso ocorreu na noite do dia 4, no shopping Crystal, quando quatro homens armados deram voz de assalto, levando também vários aparelhos eletrônicos, entre eles, celulares.