Mãe suspeita de torturar filho em Arapongas volta para cadeia

Delegacia de Arapongas investiga caso de tortura contra crianças (Imagem Divulgação)

RIC TV

Uma mãe suspeita de torturar o filho em Arapongas, no norte do Paraná, voltou a ser presa, na noite da sexta-feira (12). Ela, que está grávida de oito meses, havia sido detida junto com o marido no dia 5 de fevereiro, mas acabou solta após ter a liberdade provisória decretada no último domingo (7). De acordo com a delegada Thaís Orlandi Pereira, que cuida do caso, com o andamento da investigação ficou comprovado que o casal torturava o filho de quatro anos e deixava o menino amarrado dentro de casa. Os dois, inclusive, já haviam sido denunciados há alguns anos ao Conselho Tutelar, mas depois o órgão não havia mais sido notificado.

Em depoimento, os pais ainda tentaram jogar a culpa um no outro. No entanto, a polícia não acreditou nas versões e ambos permanecem presos. Caso sejam condenados, a pena pode chegar a oito anos de prisão. “Ele [pai] confirmou, falou assim: ‘Sim, eu já vi meu filho amarrado, mas não era eu que o amarrava, era a minha esposa. Mas para não criar confusão, eu não desamarrava’. […] Ele chegou a relatar até que a criança, às vezes, mamava amarrada e a mãe falava assim ‘espera ele dormir que daí a gente desamarra”, contou a delegada.

Uma testemunha, próxima da família, também confirmou que a mãe costumava amarrar o filho com cadarço como se fosse algo normal. “Ela nos relatou que ouviu da boca da própria mãe da criança: ‘está vendo porque eu amarro ele?’. Ela questionou: ‘Mas você amarra com que? e a mãe respondeu: ‘Amarro com cadarço porque ele não obedece”, explicou Pereira.

Ainda segundo a delegada, o laudo, do Instituto Médico-Legal (IML), comprovou que o menino era vítima de tortura.  “Constou que o meio utilizado para agressões era tortura mesmo, está constatado isso pelo laudo pericial. Inclusive, as lesões nas costas da criança com indicativo de terem sido utilizados fios, algum objeto cilíndrico, que alguém bateu, não que ele se machucou como eles estavam alegando”, finalizou.

A avó materna do menino confirmou que o casal maltratava a criança e, por isso, ela tentava há meses tirar a guarda do menino dos pais. “Ela vê aquilo quase como normal. Ela escolheu isso porque ela é adulta e não problema. Agora, os meus netos não escolheram isso”, desabafou Andreia da Silva.

A Polícia Militar chegou até o casal na sexta-feira (5), após denúncias de vizinho feitas ao Conselho Tutelar. Segundo os relatos, havia lago estranho já que a criança nunca era vista brincando fora de casa. Na residência da família, que estava em situação insalubre, a polícia encontrou o menino com vários hematomas pelo corpo e marcas nos tornozelos.

Conforme a Polícia Civil, as marcas na criança eram porque ele costumava ficar com um cadarço de sapato dentro de casa. “A criança estava ali em situação precária, passando fome, foi reparado uma série de fios que seriam usados para amarrar essa criança ao pé de uma mesa. O pai dela negou os fatos, porém, mais tarde, indagada, a mãe disse que seria uma forma de castigar o filho”, contou um policial militar que participou da ação. No dia da prisão dos pais, os irmãos foram encaminhados para a Casa Lar, mas, conforme a Polícia Civil, já deixaram o local e estão na residência de familiares. (Com informações da RIC TV)