O mundo inicia vacinação. Aqui no Brasil, nada

A Argentina começou a imunizar a população nesta terça-feira (Imagem Victoria Jones)

Da Assessoria

A Argentina iniciou a vacinação contra a covid-19 com a russa Sputnik V. Em Puerto Iguazu, fronteira com Foz do Iguaçu, os argentinos se imunizam. Enquanto isso, do lado de cá, a incúria de um governo ignorante e incompetente. No momento em que o Brasil supera 7,5 milhões de contágios por coronavírus e 191.570 mortos, governadores querem que o presidente Jair Bolsonaro prorrogue o estado de calamidade, instrumento legal que permite gastos extraordinários durante a pandemia. O país vive um momento crítico da crise, às vésperas do fim do auxílio emergencial e com um plano de vacinação atrasado em relação a outros países. Na segunda-feira, a farmacêutica Pfizer avisou que não solicitará uso emergencial de vacina no país. Em nota, a empresa criticou o protocolo exigido pela Anvisa para aprovar de forma célere o imunizante, desenvolvido em conjunto com a BioNTech. Enquanto isso, especialistas britânicos calculam que é preciso vacinar dois milhões de pessoas a cada semana no Reino Unido para evitar uma terceira onda de covid-19 em decorrência do aumento de infecções pela nova cepa do coronavírus.

Argentina iniciou sua campanha de vacinação contra covid-19 nesta terça-feira com a aplicação do Sputnik V, e se tornou o primeiro país da América a inocular sua população com o imunizante do laboratório russo Gamaleya. A campanha começou simultaneamente em todo o país e tem como prioridade a vacinação voluntária do pessoal de saúde, numa primeira fase. “A ideia é começar a vacinação com quem está mais exposto ao risco. É uma verdadeira epopeia realizar a maior campanha de vacinação da Argentina com igualdade de acesso”, disse o ministro da Saúde, Ginés González García, no início do processo no Hospital Posadas em Buenos Aires. Lá Flavia Loiacono, médica terapeuta, foi a primeira pessoa a receber o Sputnik V às 9h00 locais. Ao mesmo tempo e em diferentes centros de saúde das províncias, outros trabalhadores do sistema de saúde foram vacinados.

A Argentina é o quarto país da América Latina a iniciar a vacinação contra a covid-19, depois do México, Costa Rica e Chile, que aplicam a vacina do laboratório da Pfizer. Desde março, o país registrou mais de um milhão e meio de infecções e 42.868 mortes. “Vamos ter que continuar nos cuidando (porque) até a vacina entrar em vigor na comunidade, vão se passar alguns meses”, alertou o ministro. O Sputnik V prevê uma segunda dose a ser aplicada 21 dias após a primeira. A primeira remessa com 300.000 doses chegou à Argentina de Moscou em 24 de dezembro. O acordo com a Rússia prevê mais 19,7 milhões de doses que serão entregues entre janeiro e fevereiro, com opção de compra a mais de 5 milhões.

Os demais grupos que serão vacinados em fases posteriores ao que começou nesta terça-feira são pessoas com mais de 60 anos, portadores de comorbidades, além de policiais e educadores. Para imunizar sua população, o país lançou uma campanha que incluirá 116.000 vacinadores em 7.749 estabelecimentos e a colaboração de outros 10.000 voluntários.