Organização criminosa dominava a região da Praça Tiradentes e usava violência para impor o controle do tráfico

Uma grande operação conjunta entre a Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Militar do Paraná (PMPR) resultou na prisão de 65 pessoas, nesta quarta-feira (25), durante uma ofensiva contra uma organização criminosa que controlava o tráfico de drogas em áreas de Curitiba. Segundo as autoridades, o grupo atuava de forma estruturada e violenta, dominando pontos estratégicos de venda e transporte nas imediações da Praça Tiradentes, Travessa Nestor de Castro, Rua Trajano Reis e áreas próximas.

A ação mobilizou cerca de 400 policiais, além de helicópteros e 65 furgões e bases de apoio. Em 25 endereços, houve busca e apreensão e 36 pontos de bloqueio e de ações financeiras. Durante a operação, foram apreendidos armas, drogas e cerca de R$ 7,2 mil em dinheiro. Entre os presos estão 11 de fora da quadrilha. Apontado como responsável por comandar o grupo, um homem que já era investigado por pelo menos nove homicídios ligados ao grupo. De acordo com o delegado Victor Loureiro, esse comportamento com uma hierarquia definida, com líderes, gerentes, operadores e logística e dezenas de vendedores, que atuavam em turnos. Para dificultar o trabalho da polícia, os criminosos escondiam as drogas em bueiros, canos e até na boca dos envolvidos. “Eles também utilizavam códigos e planilhas para o controle da venda e identificação dos envolvidos. A investigação, iniciada em agosto de 2023, revelou que o grupo mantinha ligação com uma facção criminosa de alcance nacional, o que permitia a consolidação do domínio territorial e uso de violência contra grupos rivais”, declarou o delegado Rodrigo Brown, chefe do Cope, afirmando que o grupo está envolvido em dezenas de assassinatos e outros crimes que geravam insegurança para a população do Centro de Curitiba.

Além do tráfico, a organização criminosa também lavava dinheiro por meio de casas de câmbio e beneficiários de programas sociais, com valores repassados a contas bancárias de laranjas. A polícia também apreendeu um caderno com anotações sobre o comércio de drogas e uma extensa rede de pessoas que faziam parte do esquema. “O trabalho de inteligência foi fundamental para a atuação no Centro”, explicou Brown.

As autoridades destacaram que as investigações vão continuar, principalmente para identificar e desarticular outras ramificações e integrantes da quadrilha, além de aprofundar as análises financeiras e conexões estabelecidas no sistema penitenciário.