Produtores cobram solução para problemas com queda de energia
Nesta quarta-feira, 03, fumicultores de Piên e região estiveram na Câmara de Vereadores para reivindicar a melhoria na distribuição de energia elétrica na cidade. Para a reunião foi chamada a direção regional da Copel, capitaneada pelo gerente geral Cleber de Barros. O prefeito Maicon Grosskopf participou do encontro, juntamente com os vereadores Almir Pedro Mielke, Altevir Antonio Minikoski, Clever Beil, Dorivaldo Ritzmann, Eduardo Pires Ferreira, Gilmar da Rosa, Joelcio Buba e Seandra Cordeiro.
Representando a união dos fumicultores o produtor Douglas Jackson Anhaia fez uma apresentação dos problemas enfrentados pelos produtores e pediu solução para que possam trabalhar e garantir a qualidade do tabaco. Segundo o fumicultor, os maiores problemas enfrentados no município são a oscilação da carga de energia, a demora no atendimento e até casos de mal atendimento e ainda citou que diversas reclamações são feitas mas não são encontradas pelo número do protocolo. “O produtor liga, reclama, anota o número do protocolo e quando vai ver o porque da solicitação não ter sido atendida não é encontrada esta reclamação”, exemplificou.
Os produtores questionam ainda que mesmo após grandes investimentos feitos pela companhia que fornece energia elétrica no município não foi apresentada nenhuma melhora significativa. “Pelo contrário, parece que depois que foram instaladas as novas redes o sistema piorou”, disse ele. Outro questionamento é quanto as manutenções programadas, pois os produtores pedem que estas manutenções sejam antes do início da safra e após, para evitar transtornos durante a secagem do tabaco.
O prefeito Maicon Grosskopf corroborou com os argumentos apresentados pelos fumicultores e disse que mesmo antes de assumir a função de prefeito já vem buscando contato com a Copel para sanar problemas de fornecimento da energia na cidade. “A secagem é fundamental para garantir a qualidade do produto, sem uma secagem adequada as empresas fumageiras pagam muito pouco para o nosso produtor”, frisou o prefeito. Maicon ainda lembrou que o fumo produzido em Piên é reconhecido até fora do país e os fumicultores da região não podem perder esta qualidade. “Nós produzimos a ‘nata’ do produto, tanto que lá fora do país vem a impressão no rótulo dizendo que o tabaco é oriundo da região de Piên”, enalteceu o prefeito.
O que diz a Copel
O gerente da Copel, Cleber de Barros, falou dos investimentos que a companhia vem fazendo na região de Piên. Segundo ele somente no último ano foram instalados mais de 44 km de cabos, do programa Paraná Trifásico, em um investimento de quase R$ 5 milhões. “Todos os cabos colocados são revestidos e com mais qualidade”, disse ele. Esta modernização da rede foi suspensa somente para evitar os desligamentos programados durante o período da safra do fumo, e logo após passar, ainda serão substituídos mais 12km de rede.
Porém o maior argumento da Copel é quanto a defasagem no cadastramento dos fumicultores da região. O gerente explica que hoje a Copel possui em seus registros cerca de 670 estufas de secagem de tabaco, enquanto a realidade o número é muito maior. “Temos uma defasagem de 50% no cadastramento destes fumicultores e isso dificulta no planejamento de novas ações e ampliações”, falou. Segundo ele é importante a companhia ter o número exato em mãos para prever a faixa de consumo e com isso preparar a rede para o fornecimento.
Demora no atendimento
Quanto ao questionamento dos produtores pela demora no atendimento a Copel explica que esse tempo de manutenção é conforme a complexidade de cada reparo. Por exemplo quando uma rede apresenta problema em um ponto a equipe de plantão deve percorrer toda a linha para verificar se não existe nenhuma outra anomalia. “Além disso quando o técnico chega no local ele ainda precisa colocar toda a aparelhagem necessária, isolar a rede, travar escada e realizar os procedimentos de segurança, só este processo já leva cerca de 40 minutos”, disse o gerente. Outro ponto apontado é quando da existência de um problema de maior monta, onde é necessário outra equipe, vinda de municípios vizinhos, para realizar o reparo.
Fumicultor tem prioridade
Os fumicultores do município pedem para que a companhia dê prioridade para os chamados nesta época de secagem de fumo. São cerca de 3 meses no ano e é deste período que o produtor retira o sustento da sua família. “Não adianta a gente apurar na roça e perder a produção na estufa”, disse Douglas. Segundo a Copel, os produtores tem sim prioridade nos chamados e sempre que acontece solicitação é enviado uma equipe para corrigir o problema.
Cadastro de produtores
Como uma das alegações da Copel é que os fumicultores não estão cadastrados junto a companhia, o prefeito Maicon Grosskopf questionou como que o agricultor pode fazer para se cadastrar. “Se o problema é por cadastro queremos saber o que precisa para o produtor se cadastrar, se é cobrada alguma taxa ou se o produtor irá pagar a mais por isso”, questionou o prefeito.
A Copel garante que não é feita nenhuma cobrança diferenciada no caso do produtor cadastrar a sua estufa. Para atualizar o cadastro da sua propriedade basta procurar um posto de atendimento levando uma fatura de energia em mãos, os documentos pessoais e cadatro do agricultor. “É só com este cadastro que teremos o levantamento de quantas estufas tem na cidade e o que precisamos fazer para garantir abastecimento de qualidade”, lembrou o gerente.
Produtores precisam de solução urgente
Para finalizar a reunião o prefeito Maicon Grosskopf relembrou mais uma vez da movimentação econômica que o tabaco trás para Piên e principalmente que existem muitos casos onde a receita da família vem através do fumo. Para isso cobrou que a Copel realize os estudos e o planejamento necessário para acabar com este problema que já se arrasta a mais de 10 anos. “Temos que ter alguma coisa concreta, só se reunir e falar não resolve nada, queremos que lá na lavoura o consumidor tenha energia de qualidade para a garantia da qualidade da sua produção”, disse Maicon. O prefeito ainda acha de suma importância que a Copel realize manutenções antes do início da safra para corrigir problemas na rede. “E se for preciso no meio da safra também possam ser feitos reparos, mas desde que de forma ordenada e que o produtor saiba com antecedência para poder se planejar”, frisou.
O prefeito defende que a empresa tenha um diálogo aberto com os fumicultores e que busquem em conjunto soluções para este problema que é crônico na região. “Nós enquanto município podemos estreitar este diálogo entre os agricultores e a Copel, para que juntos busquemos solução para este problema. O que é inadmissível é o produtor perder toda a sua lavoura e o faturamento da sua família”, finalizou.