"Quem é o grupo de risco hoje? Todos nós", alerta diretor do Complexo do Trabalhador
Com 74 anos de história, o Complexo Hospitalar do Trabalhador não vive sua primeira epidemia. Na verdade, o CHT se tornou referência no Paraná no combate à Covid-19 justamente pela experiência prévia em outras enfermidades coletivas graves. Neste histórico entram tuberculose, a Aids e o H1N1, todas doenças que marcaram a trajetória da instituição. Um ano depois da chegada do novo coronavírus no Estado, o CHT já atendeu mais de 5 mil pacientes com suspeita da doença. Com 82 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 85 leitos de isolamento respiratório exclusivos para a Covid-19, o espaço é um dos maiores centros de tratamento da doença no Paraná.
O complexo é composto por três unidades em Curitiba: o Hospital do Trabalhador, o Hospital de Infectologia e Retaguarda Clínica Oswaldo Cruz e o Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier. No entanto, as novas cepas do vírus preocupam as equipes médicas, que observam um nítido agravamento na situação atual da pandemia. É o que explica Geci Labres de Souza Júnior, diretor-superintendente do CHT. Labres destacou que o CHT é a principal referência de atendimento à Covid-19 na Capital. Segundo ele, o complexo recebeu o primeiro paciente com suspeita de Covid-19 em 27 de fevereiro de 2020, antes dos primeiros decretos estaduais de restrição e de medidas de combate à pandemia. De acordo com o diretor da unidade, o CHT foi sendo adaptado de acordo com a necessidade do sistema de saúde e com a evolução da pandemia.// SONORA GECI LABRES.// Em janeiro, o Hospital do Trabalhador completou 74 anos e recebeu como homenagem a primeira vacinação contra a Covid-19 no Estado. Geci Labres citou que este foi um momento histórico, que marcou não apenas o início de uma nova fase de esperança no combate à pandemia, mas também um reconhecimento pelo que representa a instituição para a saúde pública paranaense.// SONORA GECI LABRES.// A escolhida para ser a primeira vacinada do Paraná foi uma estagiária, bolsista do CHT, que hoje é colaboradora do Hospital. Além dela, um médico clínico que chegou a fazer mais de 25 plantões por mês na linha de frente, e uma pessoa da limpeza, que foi a única que inicialmente aceitou limpar a UTI de Covid-19, também estiveram entre os primeiros vacinados. Depois deles, todos os demais colaboradores, que chegam a três mil, receberam a imunização. Eles têm sido responsáveis pelo atendimento de quase 5.300 pacientes que com suspeita de Covid-19 passaram pelo CHT desde o início da pandemia, dos quais 2.142 foram confirmados. Até agora, 82% dos internados tiveram alta hospitalar, e 15% morreram. Essas perdas, segundo Labres, sempre são traumáticas, e não apenas para os familiares e amigos, mas também para os próprios profissionais.// SONORA GECI LABRES.// Ele ainda reforçou que, com as novas cepas, toda a dinâmica conhecida até então deixa de ser tão efetiva, como a avaliação dos grupos de risco, por exemplo, o que aumentou ainda mais a preocupação das autoridades de saúde e equipes médicas.// SONORA GECI LABRES.//. Labres concluiu que os cuidados básicos seguem sendo todos importantes no cuidado para não pegar a Covid-19. Segundo ele, aqueles que podem fazer home office e isolamento social devem fazê-lo de forma efetiva. Por sua vez, quem não tem essa possibilidade precisa, ao sair de casa, usar os equipamentos de proteção como máscara, óculos e luvas. Quando chegar em casa, é importante lavar as mãos, tomar um bom banho e colocar as roupas para serem lavadas também. Todos esses cuidados seguirão sendo fundamentais e, aliados à vacinação da população, vão nos ajudar a vencer o novo coronavírus. A entrevista na íntegra com o diretor-superintendente do CHT, Geci Labres, pode ser conferida em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Wyllian Soppa)