Requião diz como pretende trabalhar, se eleito em Curitiba
Da redação
Ainda buscando o apoio da população, o ex-governador do estado Roberto Requião (Mobiliza) apresenta-se como pré-candidato a prefeito de Curitiba nas próximas eleições. Requião já foi prefeito da cidade em 1985, na primeira eleição após o fim da ditadura militar. Em 1990, elegeu-se como governador. Em 1994, tornou-se Senador e retornou ao estado em 2003, ficando como governador até 2010, quando saiu novamente para regressar ao senado.
Em entrevista ao programa Café com o Bala na terça-feira (23), Requião disse que está disposto a disputar as próximas eleições, pois pretende ver Curitiba novamente caminhando em prol de toda a população.
Ele lembra que, quando foi prefeito da capital, buscou trabalhar pelos que mais precisavam. “O centro está bem cuidado. Mas é preciso levar [benfeitorias] para a periferia. Água, esgoto, escola, saúde... Não é difícil. Eu fui prefeito já, e eu fiz isso”, destaca.
Logo após sair da Prefeitura, ele diz que foi eleito como governador, mostrando que ele prestou um bom serviço. O que também é prova disso, segundo ele, foi uma pesquisa divulgada pelo Data Folha, na época.
“Fui considerado o melhor prefeito do Brasil. Porque eu cuidava das pessoas, do centro e da periferia. Fui eu que levei políticas que mudaram a vida do pessoal da periferia. Eu fiz com que eles sentissem que tinha prefeito em Curitiba, que tinha uma Prefeitura que era a favor deles. Escolas integrais, mercadão popular, administrações regionais, hospitais, centros de saúde. É isso que a gente tem que fazer”, pontua o pré-candidato, que é jornalista e advogado por formação.
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Requião acha que Curitiba é uma cidade linda, mas que precisa também ser justa para todos, de forma que essa beleza fique não apenas no centro da cidade, mas em todos os bairros. Outro ponto levantado pelo ex-governador, no qual é preciso intervir, é o valor do transporte público que, segundo ele, está “rigorosamente absurdo”, apesar do subsídio concedido.
“A mobilidade é importante. As pessoas precisam ter condições de se mexer, de transitar na cidade. E com preço que está, para as pessoas mais pobres, isso é impossível. Temos que progressivamente melhorar o serviço com frota pública, chegando ao momento em que se possa ter uma tarifa gratuita”, aponta.
Quanto à possibilidade da continuidade da atual gestão, já que o vice-prefeito Eduardo Pimentel é um dos pré-candidatos a prefeito, Requião comenta que a população precisa de uma mudança de ares.
“Eu não tenho nenhuma animosidade contra o menino Pimentel. Mas eu acho que a Prefeitura de Curitiba precisa de solidariedade do prefeito com o povo e de experiência. Por aí, eu acho que não seria o mais indicado o Pimentel. Todos estão mesma linha, a linha de direita, a linha de desprezo à população”, critica.
Governo
Pelo currículo político amplo, Requião tem uma boa visão da política a nível de estado e país. Dessa forma, ele aproveitou a entrevista para criticar as privatizações que estão sendo feitas no estado, lembrando que, quando foi governador, teve a tarifa de energia elétrica e de água mais baratas do Brasil, investindo na infraestrutura e na valorização dos funcionários. “Os funcionários sempre foram respeitados. E o povo, mais respeitado com tarifa baixa”.
Bastante admirado pelos profissionais da educação do Paraná, ele lembra que muito se deve ao fato dele ter acreditado nos professores, quando outros políticos não acreditavam. Requião promoveu a formação continuada à classe, mexeu no plano de cargos e salários para que os profissionais tiverem mais estágios para crescer e ainda elevou o nível de ensino no estado. Enquanto era gestor, o Paraná chegou a ficar em primeiro lugar na qualidade de ensino do Brasil.